Eu queria acreditar que tudo aquilo era passageiro, ou
melhor, apenas um pesadelo e no instante em que eu acordasse, suando, tremendo e com a respiração
acelerada eu simplesmente olharia para o lado e veria você dormindo
tranquilamente, me lembrando que era apenas um sonho ruim, mas não.
A verdade
estava ali diante de mim e nada parecia mudar sua decisão. Meus olhos mareados,
minhas súplicas... nada.
Você, inflexível, dirigiu-se até a porta e se foi, sem nem
mesmo olhar uma última vez para trás. Talvez uma última olhada fizesse você
desistir daquela decisão, mas não.
Sem mais palavras eu te vi saindo e levando um pedaço de
mim, não – levando tudo o que eu tinha - porque você era meu tudo, meu eixo,
minha razão.
Eu queria gritar, abri a boca e um eco silencioso
permaneceu no ar.
Eu queria correr atrás de você, mas meus pés estavam
pregados ao chão.
Eu queria que você visse o meu desespero.... mas não.
Você se foi.
O que sobrou de mim ficou, um amontoado de sentimentos
jogado no canto da sala.
Esperando....
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