Fim


Eu queria acreditar que tudo aquilo era passageiro, ou melhor, apenas um pesadelo e no instante em que eu acordasse, suando, tremendo e com a respiração acelerada eu simplesmente olharia para o lado e veria você dormindo tranquilamente, me lembrando que era apenas um sonho ruim, mas não. 

A verdade estava ali diante de mim e nada parecia mudar sua decisão. Meus olhos mareados, minhas súplicas... nada.

Você, inflexível, dirigiu-se até a porta e se foi, sem nem mesmo olhar uma última vez para trás. Talvez uma última olhada fizesse você desistir daquela decisão, mas não.

Sem mais palavras eu te vi saindo e levando um pedaço de mim, não – levando tudo o que eu tinha - porque você era meu tudo, meu eixo, minha razão.

Eu queria gritar, abri a boca e um eco silencioso permaneceu no ar.

Eu queria correr atrás de você, mas meus pés estavam pregados ao chão.

Eu queria que você visse o meu desespero.... mas não.

Você se foi.

O que sobrou de mim ficou, um amontoado de sentimentos jogado no canto da sala. 

Esperando....

Brasil, mostra a tua cara!


Estou cansada de ver no noticiário que pessoas estão morrendo na mão de bandidos, pessoas sem o mínimo de escrúpulos e fico tentando encontrar uma explicação para isso.
 Aqui, as pessoas riem mais, são mais solidárias, mais felizes, não tem terríveis desastres naturais, nem clima extremo – não é o que dizem? - mas o que então está acontecendo com nossa sociedade?
Seria culpa dos pais, que tem que ficar fora de casa durante todo o dia e não tem tempo para educar devidamente seus filhos? 
Ou seria dos pais negligentes que atribuem a responsabilidade de educar seus filhos aos professores? 
Ou dos professores que apesar de receberem seus salários ínfimos, buscam todos os dias levar conhecimento às pequenas cabeças pensantes? 
Ou da educação continuada, que beneficia os preguiçosos e tira o ânimo dos que se empenham? 
Ou seria da lei que diz que o menor que mata, é um menor infrator. Essa mesma lei que é incapaz de impedir que dois irmãos sejam assassinados por quem deveria amá-los e protegê-los e serem descartados em sacos de lixo? 
Seria da polícia, que não tem a capacidade - ou a vontade - de solucionar a maioria dos crimes cometidos? 
Seria talvez dos eleitores, que sempre votam nos mesmos, apesar de reclamarem que nada muda, nunca? 
Seria então das pessoas dispostas a fechar os olhos, em troco de um montante em dinheiro? Seria a falta de amor ao próximo? 
Ou o amor em excesso, que cega uma mãe e não lhe permite impor limites aos seus filhos? Ou seria o extrema desigualdade social? 
Não, acho que a culpa é minha, que ao invés de estar sentada na sala assistindo a sessão da tarde, estou aqui escrevendo esse monte de asneiras. É... com certeza é isso!!